A convite da família Tavares de Almeida, o medalhista olímpico espanhol e renomado treinador Rafael Soto Andrade esteve na Sociedade Hípica Paulista em 31/10 e 1/11, e depois na Coudelaria Rocas do Vouga em Itu. Os irmãos Luiza Almeida, 26, amazona de três Olimpíadas 2008/2012/2016 e medalhista de bronze por equipes no Pan Rio 2007, e Pedro Almeida, 23, também integrante do time Brasil na Rio 2016, aproveitaram a clínica para se preparar para o Campeonato Brasileiro de Adestramento, entre 9 e 12/11, na Sociedade Hípica Brasileira, no Rio de Janeiro. Thereza Almeida esteve de olho na clínica de dois de seus quatro filhos e também aproveitou para treinar com Rafael Soto e, como não poderia deixar de ser, o anfitrião Manuel Tavares de Almeida acompanhou os treinos dos filhos e esposa.
Soto, 60, quatro vezes campeão espanhol 1994/1998/1999/2004 e três vezes vice 2000/2003, competiu nas Olimpíadas Atlanta 1996, Sydney 2000 e Athenas 2004, quando integrou a equipe medalha de prata e fechou na 8ª colocação individual, também foi 5º individual e bronze por equipes nos Jogos Equestres Mundiais 2012 e esteve na Rio 2016 como treinador da equipe espanhola. Montando o cavalo espanhol Invasor, Rafael fez história na elite da modalidade com cerca de 25 vitórias em GPs no circuito 5 estrelas na Europa. Rafael é treinador e cavaleiro chefe da Escola de Equitação de Jerez de la Frontera, sua cidade natal, e desde 2013 treina a equipe da Espanha.
“Já conheço a família Almeida há alguns anos, inclusive competindo na Espanha. Eles são muito amigos do Manoel Braga, excelente criador também muito meu amigo, que me falou da amizade com com Manuel Almeida e fiquei muito feliz em vir ao Brasil”, contou Rafael Soto.
“Minha agenda não é fácil, viajo muito com equipe e escola espanhola, ministro clínicas na Europa, às vezes Austrália, e assim gasto todo tempo das minhas férias e ainda tenho que pedir uns dias extras. Até eu me aposentar é difícil assumir novos pedidos de clínicas. Mas também recebemos cavaleiros e amazonas na Escola de Equitação de Jerez”, explica Soto. “Não estou mais competindo, meu trabalho agora é treinar e passar aos meus alunos tudo que aprendi ao longo dos anos. Ainda monto na escola, em alguns shows e isso também me deixa feliz poder mostrar minha montaria às pessoas”, revela o espanhol.
“Eu treino muitos cavalos e pessoas em todo mundo com muitos cavalos diferentes espanhóis, lusitanos e também warmblood. Mas quando trabalho com cavalos lusitanos e espanhóis e eles vão bem para mim é muito especial, porque todos os meus sonhos em competições quando eu era jovem se tornaram realidade com um mesmo cavalo espanhol, o Invasor, que me colocou entre os melhores do mundo. Sempre que vejo um bom cavalo e bom cavaleiro e posso ajudar a treiná-los e evoluir em direção ao bom adestramento fico ainda mais orgulhoso”, garante Soto, que também elogiou Luiza, Pedro e Thereza.
“Luiza e Pedro têm muita paixão pelo esporte e paciência para montaria. Eu não sabia que mãe era tão boa amazona.. rs.. Fiquei muito feliz em ajudá-los e tenho um sentimento muito bom para o futuro”, ponderou o treinador. “Gostei muito do cavalo da Luiza, o Baluarte, que vi pela primeira ontem e hoje já estava melhor. Tudo é uma questão de fazer o treinamento correto. Estamos pensando em uma estratégia para o ano que vem, talvez ela venha treinar comigo na Espanha, vamos ver. Está tudo em aberto, vamos fazer o melhor para que o conjunto chegue ao topo.”
Soto também elogiou as facilidades da Hípica Paulista. “Nunca acreditaria que no meio de São Paulo, nessa cidade incrível e uma das maiores do mundo, teria uma estrutura como essa que é realmente extraordinária.”
Ao deixar uma mensagem final, Soto falou sobre a escolha do cavalos independentemente da raça e a essência do adestramento: “existem dois tipos de cavalos: os bons e os não bons. Também há dois tipos de treinamento no adestramento: o bom e o que não é bom. A gente tenta fazer o bom treinamento!”
Fonte: SHP – C. May com fotos: Wilson Spinardi Junior